terça-feira, 6 de outubro de 2009

Chegar aqui não foi fácil, eu sei…

 

Na verdade, suspeito que foi um pouco mais difícil do que você imagina.

Para início de conversa, para você estar aqui agora, trilhões de átomos agitados tiveram de se reunir de uma maneira intrincada e intrigantemente providencial afim de criá-lo. É uma organização tão especializada e particular que nunca antes foi tentata e só existirá desta vez. Nos próximos anos (esperamos), essas partículas minúsculas se dedicarão totalmente aos bilhões de esforços jeitosos e cooperativos necessários para mantê-lo intacto e deixa-lo experimentar o estado agradabilíssimo, mas ao qual não damos o devido valor, conhecido como existência.
Por que os átomos se dão esse trabalho é um enigma. Ser você não é uma experiência gratificante no nível atômico. Apesar de toda a atenção dedicada, seus átomos na verdade nem ligam pra você. Não sabem nem que eles existem. São partículas insensíveis, afinal, e nem estão vivas. ( A idéia de que você se desintegrasse, arrancando com uma pinça um átomo de cada vez, produziria um montículo de poeira atômica fina, sem nenhu,m sinal de vida, mas que constituiria você, é meio sinistra). No entanto, durante sua existêmcia, eles responderão a um só impulso dominante: fazer com que você seja você.
A má notícia é que os átomos são volúveis e seu tempo de dedicação é bem passageiro. Mesmo uma vida humana longa dura apenas cerca de 650 mil horas. E quando esse marco modesto é atingido, ou algum outro ponto próximo, por motivos desconhecidos, os seus átomos vão “desligar” você, sileciosamente se separarão e passarão a ser outras coisas. Ai você já era.
Mesmo assim, você poderá se dar por satisfeito de que isso chegue a acontecer. No universo em geral, ao que sabemos, não acontece. É um fato estranho, porque os átomos que tão liberal e amigavelmente se reunem para formar os seres vivos na Terra, são exatamente os mesmos átomos que se recusam a fazê-los em outras partes. Por mais complexa que seja, no nível químico a vida é curiosamente trivial: carbono, hidrogênio, oxigêmio e nitrogênio, um pouco de cálcio, uma pitada de enxofre, umas particulas de outros elementos bem comuns – nada que você não encontre na farmácia próxima – , e isso é tudo que você precisa. A única coisa especial nos átomos que o constituem é constituirem você. É o milagre da vida.
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Trecho do livro Breve História de Quase Tudo, Bill Bryson, Compania das Letras, 2008.
 
 

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Tabela Periódica Interessante



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Créditos de Carbono

Quanto o Brasil pode ganhar com créditos de carbono?


Cerca de 6 bilhões de euros por ano! Pelo menos esse é o potencial do país, de acordo com o consultor Antônio Carlos Porto Araújo, autor do livro Como Comercializar Créditos de Carbono. Você deve estar se perguntando: mas o que são créditos de carbono e por que eles valem tanto? Créditos de carbono são certificados emitidos pelo Conselho Executivo do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) - um órgão da ONU - quando ocorre a redução de emissão de um dos seis gases do efeito estufa. Ou seja, se você provar que está evitando lançar esses gases no ar, ganha um certificado, que pode ser vendido a empresas que poluem muito. Mas por que elas compram? Porque são obrigadas pelo Protocolo de Kyoto, um acordo assinado por 175 países para reduzir o aquecimento do planeta. Na verdade, até 2012 apenas 36 desses países têm metas de corte de emissões. São justamente os países mais industrializados, que poderiam ter um impacto enorme na economia deles ao reduzir suas emissões "sujas". Por isso, a ONU permitiu que empresas desses países comprassem a redução feita em outros países, como o Brasil, que, por ora, não tem meta nenhuma. E a negociação acontece como no mercado de ações, em locais como Bolsa de Clima de Chicago, fundada em 2003, ou mesmo a Bovespa, em São Paulo. O chamado mercado do carbono ainda dá seus primeiros passos, mas tende a crescer muito a partir deste ano. Só no Brasil, 61 empresas já conseguiram ganhar créditos - aliás, o primeiro crédito emitido no mundo foi para uma empresa de Nova Iguaçu-RJ, em 2004 - e várias já os venderam a empresas de países ricos. Até agora Japão, Holanda e Reino Unido são os maiores compradores, enquanto Índia e Brasil são os que mais vendem.

Tira do céu e põe no bolso

Uma empresa pode levar até quatro anos para conseguir obter lucros seqüestrando carbono do meio ambiente

1. Para obter créditos de carbono, uma empresa precisa, antes de tudo, criar um projeto para reduzir a emissão de gases do efeito estufa. E o projeto precisa convencer o MDL. Para isso, a empresa tem duas opções: desenvolver uma metodologia a partir do zero ou escolher alguma entre as 85 já registradas no órgão. Veja alguns exemplos de projeto:

Projeto - Aterro sanitário

O que fazer? - O gás metano liberado pelo lixo é canalizado e aproveitado para gerar, por exemplo, energia elétrica

Problema - Embora um grande aterro possa gerar muitos créditos, os custos de implantação da usina são muito altos


Projeto - Troca de combustível

O que fazer? - Usar combustíveis que liberem menos CO2. Trocar diesel por biodiesel, por exemplo, rende 3,5 créditos por tonelada

Problema - Rende menos créditos do que, por exemplo, um aterro, porque o metano dá 21 vezes mais créditos do que o CO2


Projeto - Reflorestamento

O que fazer? - Plantar árvores. Enquanto cresce, uma árvore absorve cerca de 180 quilos de CO2 do meio ambiente

Problema - É difícil medir com exatidão a quantidade de carbono seqüestrada do ar por uma área reflorestada.


2. O projeto é avaliado por uma auditoria independente, reconhecida pelo conselho do MDL. Se for aprovado, ele passa por outra análise, feita pela instituição pública responsável. No Brasil, o responsável é o Ministério da Ciência e Tecnologia, em Brasília, que leva cerca de seis meses para avaliar cada projeto


3. Se a instituição pública do país botar fé no projeto, ele é encaminhado para o conselho do MDL, órgão que pertence à ONU. Chegando lá, o projeto é novamente analisado e pode ter três caminhos: ser reprovado, ser aprovado ou receber críticas e sugestões de mudanças. Nesse caso, depois das mudanças, ele volta para o MDL

4. Com o projeto aprovado, é hora de implantá-lo. Se ele já estiver implantado, a empresa precisa monitorar, acompanhada por uma auditoria reconhecida pela MDL, a quantidade efetiva de redução das emissões. Esses dados geram um relatório que vai para o conselho do MDL. Afinal, não basta prometer reduzir e não cumprir


5. Depois de todos esses procedimentos, a empresa enfim recebe os créditos de carbono. A quantidade de créditos é baseada no número de toneladas de gás "economizada". Veja na tabela quanto uma tonelada de cada um dos seis gases do efeito estufa vale.


6. De posse dos créditos, as empresas vão ao mercado. Há duas opções para venda: bater à porta de um fundo comprador de créditos ou contratar uma consultoria para levar seus créditos para o mercado. As negociações diretas entre empresas ainda são raras e os valores, assim como na bolsa, variam de acordo com a procura.


Valor dos gases

Quantos créditos rende cada gás

CO2 - (Dióxido de carbono) = 1

CH4 - (Metano) = 21

N2O - (Óxido nitroso) = 310

HFCs - (Hidrofluorcarbonetos) = 140 a 11 700

PFCs - (Perfluorcarbonetos) = 6 500 a 9 200

SF6 - (Hexafluoreto de enxofre) = 23 900

Como o petróleo se transforma em tantos produtos?

O segredo é saber extrair do ouro negro tudo o que ele já tem. Em seu estado natural, o petróleo é um líquido pastoso que traz uma mistura de gasolina, diesel, querosene, gases liquefeitos e um monte de outros óleos. O que as refinarias fazem é separá-los dessa massa bruta. Como cada produto tem um ponto de ebulição diferente, basta aquecer o petróleo para retirar seus derivados. A40ºC, o vapor que aparece é o GLP, o famoso gás de cozinha. Quando a temperatura vai a 100ºC, o vapor é de gasolina, e assim por diante. Depois, cada um desses vapores é transformado em líquido e retirado por tubos da chamada torre de destilação, onde os derivados do óleo são separados.

Muitas vezes, entretanto, é preciso ir mais longe até chegar ao produto final, O próprio combustível do carro, por exemplo, não é exatamente a gasolina que sai desse processo. "Só entre 20% e 30% da gasolina é obtida diretamente pela destilação.

A maior parte surge com o processamento de outras partes menos valiosas do petróleo", diz o engenheiro químico Juarez Perissé, da Petrobrás. Nessa hora, entra em cena o chamado processo de "quebra" dos derivados, capaz de transformar resíduos da mistura em gasolina e gás, por exemplo. A estratégia é eliminar a diferença fundamental entre os derivados: o tamanho de suas cadeias ou agrupamentos de carbono. Há os "leves", como a própria gasolina, que têm cadeias pequenas, com cinco a 12 átomos de carbono cada. Já os "pesados", como o diesel e o óleo combustível, têm até 70 átomos. Por meio de tratamentos com produtos químicos, os técnicos conseguem dividir as cadeias maiores de resíduos, formando várias cadeias pequenas. E essa facilidade de recombinar os agrupamentos de carbono que faz com que o petróleo seja base de tantos produtos.

Divisão que rende
Após ser destilado, o líquido negro dá origem a centenas de derivados

AQUECENDO A MISTURA

O processo de separação de produtos começa em grandes caldeiras, onde o petróleo é aquecido até se transformar totalmente em vapor. Essa fumaça vai então para a chamada torre de destilação, que tem capacidade para processar até 40 Milhões de litros de óleo por dia. Lá o vapor é resfriado a temperaturas diferentes e vira líquido. No final, um conjunto de tubulações retira cada um dos derivados

GÁS E PLÁSTICOS

O derivado mais leve - que justamente por isso é retirado da parte mais alta da torre - é o GLP, o gás liquefeito de petróleo. Esse produto de apenas três ou quatro átomos de carbono e usado como gás de cozinha e propelente de Aerossóis, além de servir de base para a fabricação de diversos tipos de plásticos

TANQUE CHEIO

A gasolina propriamente dita é derivada das chamadas naftas pesadas, substâncias com cadeias de cinco a 12 átomos de carbono, obtidas a cerca de 100ºC. Mas apenas 20% do combustível dos postos tem essa origem. O resto é formado por naftas leves, com cinco a nove átomos de carbono, destiladas diretamente ou a partir de resíduos

DERIVADO ELASTÍCO

Além de ser usado como solvente o benzeno é a principal matéria-prima para o náilon. Sua estrutura de seis átomos de carbono forma um plástico que pode ser derretido e moldado com facilidade. E é a partir desse material que são construídas fibras elásticas, que servem para roupas, bolsas e até cordas de violão

COMBUSTÍVEL LIMPO

Entre todos os subprodutos do petróleo, o querosene é um dos mais limpos. Afinal, a queima de seus nove a 16 átomos de carbono gera pouquíssima fumaça e praticamente nenhuma fuligem. Como quase não tem resíduos, ele não deixa rastros nem danifica motores ou turbinas. Por isso, é o combustível preferido para impulsionar aviões a jato

PRODUTO ROBUSTO

A 260ºC e a 340ºC saem, respectivamente, o diesel leve e o diesel pesado. Os dois são usados na fabricação do diesel comercial, que tem de 12 a 22 átomos de carbono. Perfeito para motores de caminhões, tratores e navios (fortes e de alto torque), o diesel é o combustível mais usado no país. Só nas refinarias da Petrobrás, 35% do petróleo é transformado nesse óleo

BEIJO OLEOSO

A partir de 360ºC, sobram no fundo da torre subprodutos com mais de 70 átomos de carbono. Por meio de processos físico-químicos, suas cadeias são quebradas e dão origem a substâncias mais valiosas, como as naftas leves recombinadas, que com seus cinco a nove átomos do carbono fornecem a textura plástica das películas de batom e de outros cosméticos

RESÍDUO RARO

Outro derivado que aparece nos resíduos é o óleo lubrificante, essencial para o funcionamento de qualquer tipo de motor. No Brasil, entretanto, esse produto que possui entre 20 e 50 átomos de carbono é bastante difícil de ser encontrado. Isso porque ele só aparece em tipos raros de petróleo, presentes principalmente nas reservas de países do Oriente Médio

BARATO E SUJO

Também processado a partir de resíduos, o gasóleo pesado ou óleo combustível tem suas longas cadeias de 20 o 70 átomos de carbono quebradas para se transformarem em óleo diesel e em gasolina. Em estado bruto, é um combustível barato utilizado em máquinas Industriais. A grande desvantagem é que sua combustão libera uma grande quantidade de fuligem

TUDO SE APROVEITA

Derivados residuais menos nobres, com mais de 70 átomos de carbono, sobram em grande quantidade. Mesmo essas substâncias são aproveitadas, servindo, por exemplo, para a fabricação de asfalto de ceras e de combustíveis de queima lenta, como o coque, usado em aquecedores residenciais e industriais no hemisfério norte.

Fonte: Revista Mundo Estranho – Editora Abril

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Hidrocarbonetos

Os hidrocarbonetos naturais são compostos químicos constituídos apenas por átomos de carbono (C) e de hidrogênio (H), aos quais se podem juntar átomos de oxigênio(O), azoto ou nitrogênio (N) e enxofre (S) dando origem a diferentes compostos de outros grupos funcionais. São conhecidos alguns milhares de hidrocarbonetos. As diferentes características físicas são uma conseqüência das diferentes composições moleculares. Contudo, todos os hidrocarbonetos apresentam uma propriedade comum: oxidam-se facilmente liberando calor. Os hidrocarbonetos naturais formam-se a grandes pressões no interior da terra (abaixo de 150 km de profundidade) e são trazidos para zonas de menor pressão através de processos geológicos, onde podem formar acumulações comerciais (petroleo, gás natural, carvão, etc). As moléculas de hidrocarbonetos, sobretudo as mais complexas, possuem alta estabilidade termodinâmica. Apenas o metano, que é a molécula mais simples (CH4), pode se formar em condições de pressão e temperatura mais baixas. Os demais hidrocarbonetos não são formados espontaneamente nas camadas superficiais da terra.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Fóssil em rocha sedimentar

Rochas Sedimentares



As rochas sedimentares são compostas por sedimentos carregados pela água e pelo vento e acumulados em áreas deprimidas. Correspondem a 80% da área dos continentes e é nela que foi encontrada a maior parte do material fóssil. São formadas a partir da pressão exercida sobre as partículas dos sedimentos carregados e depositados. Conforme os sedimentos se acumulam, eles vão sofrendo cada vez mais pressão e se solidificam, num processo conhecido como litificação (formação rochosa).



terça-feira, 8 de setembro de 2009

Avaliação - Observem as instruções no post publicado abaixo deste

1) A importância do ciclo de geração de jazidas pode ser percebida pelo perfil atual da produção de petróleo no Brasil que atualmente é de 1,49 milhões de barris/dia de óleo e 39,63 milhões de m3/dia de gás. Esta produção continuará crescendo nos próximos anos com base nas reservas atualmente conhecidas oriundas dos campos de Marlim, Albacora, Albacora Leste, Barracuda-Caratinga, Roncador, Marlim Sul e Marlim Leste e demais campos descobertos pela Petrobras há mais de uma década. Observa-se a preponderância da participação de zonas produtoras de bacias marítimas em águas profundas no atendimento do suprimento nacional que com a entrada de produção de novos campos e as descobertas recentes deverão possibilitar atingir a auto-suficiência no atendimento da demanda nacional nos próximos anos.

a) Como são localizadas novas jazidas de petróleo?

b) Qual o volume em barris de petróleo produzidos por cada jazida brasileira?



2) Um dos insumos energéticos que volta a ser considerado como opção para o fornecimento de petróleo é o aproveitamento das reservas de folhelhos pirobetuminosos, mais conhecidos como xistos pirobetuminosos. As ações iniciais para a exploração de xistos pirobetuminosos são anteriores à exploração de petróleo, porém as dificuldades inerentes aos diversos processos, notadamente os altos custos de mineração e de recuperação de solos minerados, contribuíram para

impedir que essa atividade se expandisse. O Brasil detém a segunda maior reserva mundial de xisto. O xisto é mais leve que os óleos derivados de petróleo, seu uso não implica investimento na troca de equipamentos e ainda reduz a emissão de particulados pesados, que causam fumaça e fuligem. Por ser fluido em temperatura ambiente, é mais facilmente manuseado e armazenado.

Internet: (com adaptações).

a) Porque a substituição de alguns óleos derivados de petróleo pelo óleo derivado do xisto pode ser conveniente?

b) A exploração do xisto ocasiona interferências no solo, subsolo e pode ser prejudicial ao meio ambiente, porque ele vem sendo considerado um “petróleo do futuro” ?

c) Onde estão localizadas as jazidas brasileiras de Xisto? Qual o volume extraído e transformado em derivados importantes?

d) O que é xisto pirobetuminosos e xisto bituminoso, quais os principais derivados para cada tipo?



3) A Lei Federal n.º 11.097/2005 dispõe sobre a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira e fixa em 5%, em volume, o percentual mínimo obrigatório a ser adicionado ao óleo diesel vendido ao consumidor. De acordo com essa lei, biocombustível é “derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento, para geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil”.

a) O que representa introdução de biocombustíveis na matriz energética brasileira?

b) Quais são as vantagens e desvantagens na produção e uso do biodisel?

c) No Brasil, existe já utilizações práticas do biodisel, quais os resultados observados?



4) A procura de fontes energéticas alternativas é necessária. Para os especialistas, uma das mais interessantes é o gás natural, pois ele apresentaria uma série de vantagens em relação a outras opções energéticas. A tabela compara a distribuição das reservas de petróleo e de gás natural no mundo, e a figura, a emissão de monóxido de carbono entre vários tipos de fontes energéticas.

Petróleo no Mundo (%)

Distribuição de gás natural no mundo (%)

América do Norte

3,5

5,0

América Latina

13,0

6,0

Europa

2,0

3,6

Ex União Soviética

6,3

38,7

Oriente Médio

64,0

33,0

África

7,2

7,7

Ásia / Oceania

4,0

6,0


A partir da análise da tabela e da figura, são feitas as seguintes afirmativas:

I – Enquanto as reservas mundiais de petróleo estão concentradas geograficamente, as reservas mundiais de gás natural são mais distribuídas ao redor do mundo garantindo um mercado competitivo, menos dependente de crises internacionais e políticas.

II – A emissão de dióxido de carbono (CO2) para o gás natural é a mais baixa entre os diversos combustíveis analisados, o que é importante, uma vez que esse gás é um dos principais responsáveis pelo agravamento do efeito estufa.Com relação a essas afirmativas pode-se dizer que:

(A) a primeira está incorreta, pois novas reservas de petróleo serão descobertas futuramente.

(B) a segunda está incorreta, pois o dióxido de carbono (CO2) apresenta pouca importância no agravamento do efeito estufa.

(C) ambas são análises corretas, mostrando que o gás natural é uma importante alternativa energética.

(D) ambas não procedem para o Brasil, que já é praticamente auto-suficiente em petróleo e não contribui para o agravamento do efeito estufa.

(E) nenhuma delas mostra vantagem do uso de gás natural sobre o petróleo.


5) O agravamento do efeito estufa pode estar sendo provocado pelo aumento da concentração de certos gases na atmosfera, principalmente do gás carbônico.

Dentre as seguintes reações químicas:

I) queima de combustíveis fósseis;
II) fotossíntese;
III) fermentação alcoólica;
IV) saponificação de gorduras,

produzem gás carbônico, contribuindo para o agravamento do efeito estufa:

a) I e II
b) I e III
c) I e IV
d) II e III
e) II e IV



6) Em 2006, as transações envolvendo créditos de carbono atingiram US$ 25 bilhões, sendo que os principais negociadores foram países da Europa e o Japão. Os Estados Unidos, considerado o maior poluidor do mundo, e a Austrália não participam do acordo. Para estes países, cumprir o Protocolo de Kyoto significa diminuir o desenvolvimento econômico. Além disso, a Austrália e Estados Unidos também defendem a inclusão de países poluentes em desenvolvimento no acordo, como a China.

a) O que é Protocolo de Kyoto?

b) O que é crédito de carbono e como está relacionado ao Protocolo de Kyoto?



7) Apresente um fluxograma de extração e refino de petróleo a partir dos vídeos produzidos pela Petrobrás, Funcionamento da Plataforma Petrobrás, vídeos 1 e 2, arquivados no blog.



8) Explique com detalhes o que é a Camada Pré-Sal e quais são as ações que o Governo Brasileiro vem tomando em relação a exploração do petróleo desta região.



9) Explique a geologia do petróleo detalhando todo o processo de formação na natureza.



10) Quais são os fatores condicionantes ao aparecimento de jazidas de petróleo? Explique cada um deles.

Avaliação

Instruções:

As questões deverão ser respondidas e entregues até o dia 15/09/2009, exclusivamente pelo email neusa.alunos@ig.com.br , não aceitarei a entrega em sala de aula. A cada dia de atraso um ponto será descontado da nota final da avaliação. Data limite para entrega 18/09/2009.

Digitar utilizando o editor de texto Word, formato de letra Arial, tamanho 12, cor preta. Identificar o arquivo anexo pelo nome e série do aluno.

No topo da folha com as perguntas e respostas identificar com nome, numero e série do aluno.

Entregar as perguntas e as respectivas respostas em ordem.

É uma das notas do bimestre pessoal, solicitem confirmação de recebimento do email ok.

As perguntas poderão ser respondidas em duplas.

Professora Silvia Guerra

Xisto no Brasil

O Brasil possui reservas de xisto espalhadas por diversos estados do Norte, Nordeste, Sudeste e Sul, mas apenas a formação Irati, em São Mateus do Sul, com seus 717 milhões de barris de reservas, vem sendo explorada. Ao longo desses anos, a Petrobras trabalhou em três minas Upi, Cachoeira e Paiol Grande , tendo explorado apenas 5 km2 dos 84 km2 da reserva.

Técnicos trabalham na mina de Rio da Pedra, que começou a ser explorada em junho de 2004 e deverá manter-se ativa até 2008, quando está prevista a abertura de outra frente, denominada Dois Irmãos. Com uma movimentação de 10 mil t/dia de xisto, o trabalho na mina demanda a participação de 350 pessoas e nove caminhões do tipo HP-120, responsáveis pelo transporte do minério até a área industrial, onde trabalham outras 130 pessoas.

O processamento do xisto é feito nas duas unidades de retorta do parque de industrialização, capazes de processar até 360 t/hora do minério. Antes de seguir para a retorta, onde o minério é aquecido a 480º C e libera o material orgânico, o xisto passa por um britador, que reduz as pedras a 1 mm e permite separar todo o pó extraído do processo.

São extraídos do xisto 600 t/dia de óleo combustível, 50 t/dia de GLP, 100 t/dia de gás, 45 t/dia de enxofre e 45 t/dia de nafta. O custo de produção é de US$ 25 por barril, e todo o material de rejeito é utilizado no processo de recomposição do solo.

O Xisto e o futuro

Com a atual cotação do barril de petróleo, na casa dos US$ 75, agosto 2009, algumas fontes anteriormente consideradas inviáveis economicamente pelo alto valor de investimento passam a se tornar plausíveis. Este é o caso da exploração de petróleo em reservas encontradas em Folhetos Pirobetuminosos, mais conhecidos como Xistos Betuminosos, que irei abordar neste post.

O Xisto, cujo Brasil detém a segunda maior reserva do mundo, ficando atrás apenas dos EUA, é uma rocha sedimentar do tipo oleígena, normalmente argilosa, que contém betume e querogênio, um complexo orgânico que se decompõe termicamente e produz óleo e gás. Após passar por processo de aquecimento a 500 graus Celsius, é possível extrair dele cerca de 9% em óleo leve, de baixa viscosidade.

Ao ser submetido a estas temperaturas o xisto libera um óleo semelhante ao petróleo, água e gás, deixando um resíduo sólido contendo carbono. O refino tradicional do xisto obtém nafta, gasolina, óleo diesel, óleo combustível e gás liquefeito - correspondentes aos mesmos derivados do petróleo extraído dos poços. As características desses produtos dependem do tipo de matéria orgânica e inorgânica que possuem e do solo onde foram formados.

A maior parte do xisto localizado em território nacional pertence à formação Irati, em São Mateus do Sul, no Paraná, onde o minério é encontrado em duas camadas: a camada superior de xisto com 6,4 metros de espessura e teor de óleo de 6,4%, e a camada inferior com 3,2 metros de espessura e teor de óleo de 9,1%.

Hoje, a Petrobras tem tecnologia no assunto e já extrai, através de sua Superintendência de Industrialização de Xisto (SIX), cerca de 320 toneladas de xisto por hora, e a partir dele produz 3.800 barris/dia, 75 toneladas de enxofre, 45 toneladas de gás liquefeito de petróleo (GLP) e 110 toneladas de gás de refinaria, para uso industrial.

Para aproveitar tudo que o insumo tem a oferecer, a empresa estuda formas de usar, pelo menos, 20% do resíduo da britagem da rocha para queimar e gerar energia. E como o mercado de fertilizantes é uma boa opção de investimento, em tempo de escassez de alimentos no mundo, o ácido sulfúrico e os resíduos de calcário resultantes do processo de aquecimento da rocha também poderão ser reaproveitados na produção de adubos. Até mesmo a água de retornagem do xisto é vendida como adubo, a um valor maior que o próprio óleo.

Apesar dessa versatilidade, comparado ao petróleo, que tem atual produção nacional de 1,9 milhão de barris/dia, o Xisto ainda não têm grande representatividade no mercado. Contudo, é justamente essa diferença exorbitante que financia o desenvolvimento gradativo da nova fonte. Afinal, como o petróleo está chegando ao seu limite e o consumo só aumenta, em 30 ou 35 anos a produção deverá começar a cair e a tendência é de que ocorra uma substituição natural de insumos.

O momento pode ser explicado pela lei da oferta e procura. Nos últimos seis anos, o preço do petróleo tem subido continuamente, e se sobe é porque tem muita demanda e oferta escassa no mercado mundial. Naturalmente, o consumo tende a crescer cada vez mais, principalmente em países como China, Brasil e Índia, que vêm se desenvolvendo e a população tende a comprar cada vez mais produtos derivados do petróleo.

Quanto melhor for a economia do país, maior será a procura por esses produtos e, consequentemente, mais petróleo será necessário. Ou seja, com as constantes altas nos preços do petróleo, o lucro das exploradoras e produtoras do insumo está crescendo no mesmo ritmo e dá a elas condições de investir em novas fontes energéticas. As tecnologias mais caras estão vão sendo viabilizadas de acordo com a escassez da matéria mais fácil.

O custo para produzir óleo a partir da rocha é muito mais elevado. Para que essa prática torne-se economicamente viável, o preço do petróleo teria que aumentar. E, com o patamar que alcançou hoje, todos os países que possuem reservas estão trabalhando em prol do xisto, mesmo com as questões ambientais que advém desta produção no tocante à emissão de gases.

A tecnologia de extração de Xisto desenvolvida pela SIX, denominada Petrosix, tem como principal característica a simplicidade operacional: o xisto minerado a céu aberto passa por um britador que o reduz a pedras de 6 a 70 milímetros.

Esse material é levado a uma retorta para sofrer a pirólise sob uma temperatura de aproximadamente 500 graus centígrados. A ação do calor libera o conteúdo orgânico na forma de óleo e gás.

A viabilidade técnica do Petrosix foi comprovada com a entrada em operação da Usina Protótipo do Irati (UPI), em 1972. Já o início da produção do Modulo Industrial em plena escala, em dezembro de 1991, marcou a consolidação da tecnologia por parte da Petrobras. Vale lembrar que estive visitando esta usina cerca de 20 anos atrás e me lembro que, na ocasião, diziam que seria viável quando o petróleo chegasse a US$ 60 o barril.

Na atualidade, o processo Petrosix se configura como o único processo contínuo testado industrialmente, de grande eficiência, e que, embora desenvolvido para os xistos pirobetuminosos da formação Irati, no Brasil, pode ser adaptado para a maioria dos xistos pirobetuminosos existentes em outras reservas no mundo. Isso explica o crescente interesse que este processo vem despertando na atualidade, e confere à Petrobras uma posição de domínio tecnológico nesse segmento, podendo, graças a alta incessante do Barril de Petróleo, atrair investidores internacionais para desenvolver parcerias estratégicas com o Brasil.

Desta forma, além do nosso pré-sal, temos o Xisto que não pode ser dispensado como alternativa no futuro energético do País e do mundo.

Xisto Betuminoso


O xisto betuminoso possui atributos de carvão e de petróleo e é uma variedade carbonífera mais nova que a hulha. Por destilação fracionada, a seco, produz gasolina, gás combustível, enxofre, etc.. Entretanto, trata-se de um processo poluente e economicamente desvantajoso. O Brasil possui uma das maiores reservas mundiais de xisto betuminoso.

O xisto é uma camada de rocha sedimentar, originada sob temperaturas e pressões elevadas, contendo matéria orgânica, disseminada em seu meio mineral. É um minério (portanto fonte de energia não renovável) impregnado com 5 a 10% de material oleoso semelhante ao petróleo.



Existem dois tipos de xisto, o xisto betuminoso e o pirobetuminoso, cujas diferenças são as seguintes:

  • no xisto betuminoso, a matéria orgânica (betume) disseminada em seu meio é quase fluida, sendo facilmente extraída;
  • no xisto pirobetuminoso, a matéria orgânica (querogênio), que depois será transformada em betume, é sólida à temperatura ambiente.

O óleo de xisto refinado é idêntico ao petróleo de poço, sendo um combustível muito valorizado.

O Brasil tem um dos maiores volumes mundiais de xisto: reservas de 1,9 bilhão de barris de óleo, 25 milhões de toneladas de gás liquefeito, 68 bilhões de metros cúbicos de gás combustível e 48 milhões de toneladas de enxofre só na formação Irati, nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Goiás.

A Petrobrás concentra suas operações na jazida de São Mateus do Sul, onde o minério é encontrado em duas camadas: a camada superior de xisto com 6,4 metros de espessura e teor de óleo de 6,4%, e a camada inferior com 3,2 metros de espessura e teor de óleo de 9,1%.

A primeira extração de xisto no Brasil aconteceu em 1884, na Bahia. Em 1935, em São Mateus do Sul, Paraná, uma usina instalada por Roberto Angewitz chegou a produzir 318 litros de óleo de xisto por dia. Em 1949, o governo federal decidiu investigar cientificamente as potencialidades do xisto e a viabilidade econômica de sua industrialização. Um ano depois, era criada a Comissão de Industrialização do Xisto Betuminoso (CIXB), para estudar a construção de uma usina na cidade de Tremembé, em São Paulo, com capacidade para produzir 10 mil barris diários de óleo de xisto.



Créditos de Carbono

O Protocolo de Quioto foi um acordo internacional que estipulou metas de redução de emissão dos gases do efeito estufa até 2012. Países mais poluidores, classificados como pertencentes ao Anexo I, se comprometeram a baixar suas emissões dentro do prazo estipulado. Entre eles estão Japão e União Européia.

A atuação das nações no nível de emissões da mesma se dá por uma legislação restritiva a suas indústrias, forçando-as a investir na redução da emissão de gases de efeito estufa de forma a atingir as metas propostas pelo Protocolo de Quioto em 1997, referentes ao nível de emissões em 1990.

Todo país em desenvolvimento (não pertencente ao Anexo I) que implantar tecnologias propostas pelo MDL (mecanismos de desenvolvimento limpo) podem gerar CRE's (certificados de redução de emissão). Se uma termelétrica for substituída por uma usina de energia solar ou eólica, certamente muitas toneladas de dióxido de carbono deixarão de ser liberados todos os anos. Dessa forma, para cada tonelada de dióxido de carbono que deixa de ser produzida, um CRE é obtido.

O crédito de carbono nada mais é do que um CRE, o qual pode ser comercializado em bolsa. Dessa forma, os países do anexo I que não conseguirem atingir as metas de redução de emissão de gases de efeito estufa podem comprar esses créditos de carbono gerados por outras nações ou empresas. Ao passo que, indústrias do Anexo I que reduzem suas emissões abaixo do estipulado ou países em desenvolvimento que reduzem suas emissões através do MDL podem vender seus CRE's para outros.

Na BM&F já é possível comprar e vender créditos de carbono. Os créditos de carbono são contabilizados através da seguinte relação: 1 tonelada de dióxido de carbono que deixa de ser produzida equivale a um crédito de carbono. Há outros gases que também contribuem para o efeito estufa em proporções distintas. O metano, por exemplo, é 21 vezes mais poluente que o dióxido de carbono, portanto, reduzir 1 tonelada de metano produzida significa obter 21 créditos de carbono. 1 tonelada de dióxido de carbono está cotada hoje em US$15,00 ou US$18,00. Considerando que há um ano custavam US$5,00; estima-se que o valor deve subir para US$30,00 ou US$40,00 no período de implantação da meta imposta pelo Protocolo de Quioto.

Um exemplo dessa situação é a extração do petróleo em plataformas marítimas. Aquela flama que se vê saindo de uma chaminé é do metano sendo queimado e transformado em dióxido de carbono antes de ser liberado para a atmosfera. É menos impactante lançar ao ar livre o dióxido de carbono do que o metano, que possui capacidade de agravar o efeito estufa 21 vezes maior. A solução tem sido simplesmente queimar este gás.

O Brasil está em posição privilegiada neste contexto. Sendo um país que utiliza amplamente seus recursos hídricos, acaba por ter um índice de emissões inferior ao dos países desenvolvidos, podendo vender estas "cotas" de poluição.

Porém o futuro não parece ser tão promissor para o Brasil quanto parece. O baixo investimento no setor hidroelétrico e a iminente saturação de sua demanda de energia o colocou em uma situação complicada economica e estrategicamente. A meta de crescimento de 5% ao ano anunciada por Lula para os próximos 4 anos implica uma demanda energética para a qual não há oferta suficiente para suportar.

O plano do governo é instalar termelétricas, as quais são altamente poluentes e possuem baixo nível de produtividade. Dessa forma, a nossa vantagem no mercado de créditos de carbono fica seriamente ameaçada.