Na verdade, suspeito que foi um pouco mais difícil do que você imagina.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Chegar aqui não foi fácil, eu sei…
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Créditos de Carbono
Quanto o Brasil pode ganhar com créditos de carbono?
Tira do céu e põe no bolso
Uma empresa pode levar até quatro anos para conseguir obter lucros seqüestrando carbono do meio ambiente
1. Para obter créditos de carbono, uma empresa precisa, antes de tudo, criar um projeto para reduzir a emissão de gases do efeito estufa. E o projeto precisa convencer o MDL. Para isso, a empresa tem duas opções: desenvolver uma metodologia a partir do zero ou escolher alguma entre as 85 já registradas no órgão. Veja alguns exemplos de projeto:
Projeto - Aterro sanitário
O que fazer? - O gás metano liberado pelo lixo é canalizado e aproveitado para gerar, por exemplo, energia elétrica
Problema - Embora um grande aterro possa gerar muitos créditos, os custos de implantação da usina são muito altos
Projeto - Troca de combustível
O que fazer? - Usar combustíveis que liberem menos CO2. Trocar diesel por biodiesel, por exemplo, rende 3,5 créditos por tonelada
Problema - Rende menos créditos do que, por exemplo, um aterro, porque o metano dá 21 vezes mais créditos do que o CO2
Projeto - Reflorestamento
O que fazer? - Plantar árvores. Enquanto cresce, uma árvore absorve cerca de 180 quilos de CO2 do meio ambiente
Problema - É difícil medir com exatidão a quantidade de carbono seqüestrada do ar por uma área reflorestada.
2. O projeto é avaliado por uma auditoria independente, reconhecida pelo conselho do MDL. Se for aprovado, ele passa por outra análise, feita pela instituição pública responsável. No Brasil, o responsável é o Ministério da Ciência e Tecnologia, em Brasília, que leva cerca de seis meses para avaliar cada projeto
3. Se a instituição pública do país botar fé no projeto, ele é encaminhado para o conselho do MDL, órgão que pertence à ONU. Chegando lá, o projeto é novamente analisado e pode ter três caminhos: ser reprovado, ser aprovado ou receber críticas e sugestões de mudanças. Nesse caso, depois das mudanças, ele volta para o MDL
4. Com o projeto aprovado, é hora de implantá-lo. Se ele já estiver implantado, a empresa precisa monitorar, acompanhada por uma auditoria reconhecida pela MDL, a quantidade efetiva de redução das emissões. Esses dados geram um relatório que vai para o conselho do MDL. Afinal, não basta prometer reduzir e não cumprir
5. Depois de todos esses procedimentos, a empresa enfim recebe os créditos de carbono. A quantidade de créditos é baseada no número de toneladas de gás "economizada". Veja na tabela quanto uma tonelada de cada um dos seis gases do efeito estufa vale.
6. De posse dos créditos, as empresas vão ao mercado. Há duas opções para venda: bater à porta de um fundo comprador de créditos ou contratar uma consultoria para levar seus créditos para o mercado. As negociações diretas entre empresas ainda são raras e os valores, assim como na bolsa, variam de acordo com a procura.
Valor dos gases
Quantos créditos rende cada gás
CO2 - (Dióxido de carbono) = 1
CH4 - (Metano) = 21
N2O - (Óxido nitroso) = 310
HFCs - (Hidrofluorcarbonetos) = 140 a 11 700
PFCs - (Perfluorcarbonetos) = 6 500 a 9 200
SF6 - (Hexafluoreto de enxofre) = 23 900
Como o petróleo se transforma em tantos produtos?
O segredo é saber extrair do ouro negro tudo o que ele já tem. Em seu estado natural, o petróleo é um líquido pastoso que traz uma mistura de gasolina, diesel, querosene, gases liquefeitos e um monte de outros óleos. O que as refinarias fazem é separá-los dessa massa bruta. Como cada produto tem um ponto de ebulição diferente, basta aquecer o petróleo para retirar seus derivados. A40ºC, o vapor que aparece é o GLP, o famoso gás de cozinha. Quando a temperatura vai a 100ºC, o vapor é de gasolina, e assim por diante. Depois, cada um desses vapores é transformado em líquido e retirado por tubos da chamada torre de destilação, onde os derivados do óleo são separados.
Muitas vezes, entretanto, é preciso ir mais longe até chegar ao produto final, O próprio combustível do carro, por exemplo, não é exatamente a gasolina que sai desse processo. "Só entre 20% e 30% da gasolina é obtida diretamente pela destilação.
A maior parte surge com o processamento de outras partes menos valiosas do petróleo", diz o engenheiro químico Juarez Perissé, da Petrobrás. Nessa hora, entra em cena o chamado processo de "quebra" dos derivados, capaz de transformar resíduos da mistura em gasolina e gás, por exemplo. A estratégia é eliminar a diferença fundamental entre os derivados: o tamanho de suas cadeias ou agrupamentos de carbono. Há os "leves", como a própria gasolina, que têm cadeias pequenas, com cinco a 12 átomos de carbono cada. Já os "pesados", como o diesel e o óleo combustível, têm até 70 átomos. Por meio de tratamentos com produtos químicos, os técnicos conseguem dividir as cadeias maiores de resíduos, formando várias cadeias pequenas. E essa facilidade de recombinar os agrupamentos de carbono que faz com que o petróleo seja base de tantos produtos.
Divisão que rende
Após ser destilado, o líquido negro dá origem a centenas de derivados
AQUECENDO A MISTURA
O processo de separação de produtos começa em grandes caldeiras, onde o petróleo é aquecido até se transformar totalmente em vapor. Essa fumaça vai então para a chamada torre de destilação, que tem capacidade para processar até 40 Milhões de litros de óleo por dia. Lá o vapor é resfriado a temperaturas diferentes e vira líquido. No final, um conjunto de tubulações retira cada um dos derivados
GÁS E PLÁSTICOS
O derivado mais leve - que justamente por isso é retirado da parte mais alta da torre - é o GLP, o gás liquefeito de petróleo. Esse produto de apenas três ou quatro átomos de carbono e usado como gás de cozinha e propelente de Aerossóis, além de servir de base para a fabricação de diversos tipos de plásticos
TANQUE CHEIO
A gasolina propriamente dita é derivada das chamadas naftas pesadas, substâncias com cadeias de cinco a 12 átomos de carbono, obtidas a cerca de 100ºC. Mas apenas 20% do combustível dos postos tem essa origem. O resto é formado por naftas leves, com cinco a nove átomos de carbono, destiladas diretamente ou a partir de resíduos
DERIVADO ELASTÍCO
Além de ser usado como solvente o benzeno é a principal matéria-prima para o náilon. Sua estrutura de seis átomos de carbono forma um plástico que pode ser derretido e moldado com facilidade. E é a partir desse material que são construídas fibras elásticas, que servem para roupas, bolsas e até cordas de violão
COMBUSTÍVEL LIMPO
Entre todos os subprodutos do petróleo, o querosene é um dos mais limpos. Afinal, a queima de seus nove a 16 átomos de carbono gera pouquíssima fumaça e praticamente nenhuma fuligem. Como quase não tem resíduos, ele não deixa rastros nem danifica motores ou turbinas. Por isso, é o combustível preferido para impulsionar aviões a jato
PRODUTO ROBUSTO
A 260ºC e a 340ºC saem, respectivamente, o diesel leve e o diesel pesado. Os dois são usados na fabricação do diesel comercial, que tem de 12 a 22 átomos de carbono. Perfeito para motores de caminhões, tratores e navios (fortes e de alto torque), o diesel é o combustível mais usado no país. Só nas refinarias da Petrobrás, 35% do petróleo é transformado nesse óleo
BEIJO OLEOSO
A partir de 360ºC, sobram no fundo da torre subprodutos com mais de 70 átomos de carbono. Por meio de processos físico-químicos, suas cadeias são quebradas e dão origem a substâncias mais valiosas, como as naftas leves recombinadas, que com seus cinco a nove átomos do carbono fornecem a textura plástica das películas de batom e de outros cosméticos
RESÍDUO RARO
Outro derivado que aparece nos resíduos é o óleo lubrificante, essencial para o funcionamento de qualquer tipo de motor. No Brasil, entretanto, esse produto que possui entre 20 e 50 átomos de carbono é bastante difícil de ser encontrado. Isso porque ele só aparece em tipos raros de petróleo, presentes principalmente nas reservas de países do Oriente Médio
BARATO E SUJO
Também processado a partir de resíduos, o gasóleo pesado ou óleo combustível tem suas longas cadeias de 20 o 70 átomos de carbono quebradas para se transformarem em óleo diesel e em gasolina. Em estado bruto, é um combustível barato utilizado em máquinas Industriais. A grande desvantagem é que sua combustão libera uma grande quantidade de fuligem
TUDO SE APROVEITA
Derivados residuais menos nobres, com mais de 70 átomos de carbono, sobram em grande quantidade. Mesmo essas substâncias são aproveitadas, servindo, por exemplo, para a fabricação de asfalto de ceras e de combustíveis de queima lenta, como o coque, usado em aquecedores residenciais e industriais no hemisfério norte.